Internacionalização
Às onze da manhã de uma quinta-feira, 30 de agosto de 2001, Antônio Ermírio de Moraes deu as boas-vindas a um grupo de jornalistas no salão da sede da Votorantim, na praça Ramos de Azevedo. Conversou informalmente com eles, como de costume. Desde a morte de seu pai, em 1973, uma de suas responsabilidades, além das […]
Às onze da manhã de uma quinta-feira, 30 de agosto de 2001, Antônio Ermírio de Moraes deu as boas-vindas a um grupo de jornalistas no salão da sede da Votorantim, na praça Ramos de Azevedo. Conversou informalmente com eles, como de costume. Desde a morte de seu pai, em 1973, uma de suas responsabilidades, além das tarefas como executivo, era servir de porta-voz para o grupo, tanto nos bons como nos maus momentos. Vinte e oito anos de desempenho dessa função davam aos jornalistas a certeza de que aquela seria mais uma entrevista. Porém, após quinze minutos de troca de ideias, ele foi ao microfone e introduziu o tema central da reunião. Com uma curta frase, encerrou um trabalho que se iniciara uma década e meia antes: “Agora vocês conversem com eles”. Saiu em seguida, e os jornalistas viram-se diante de oito acionistas, todos eles membros da nova geração.
A passagem de bastão para a terceira geração foi o início do processo de internacionalização da empresa. Essa passagem não se tratava somente de uma troca de pessoas, mas sim de um sistema administrativo inovador, criado pelos dirigentes mais jovens, um modelo mais eficaz de gestão empresarial associado a uma nova governança corporativa e familiar.
Os diversos setores que compunham o Grupo Votorantim, antes descentralizados para ir bem nos mercados desconectados onde atuavam, agora estavam, graças aos esforços da última década, interligados por uma filosofia de gestão capaz de proporcionar a unidade necessária para enfrentar os rigores da competição global. E os novos dirigentes, que construíram a estrutura, trataram em seguida de aperfeiçoá-la, não se contentando com os resultados obtidos – que não eram pequenos.
A Votorantim Cimentos, que foi um dos primeiros setores industriais da Votorantim em 1936, e também foi o pioneiro na internacionalização que tem como marco a aquisição, em 2001, da St. Mary’s Cement Inc., empresa detentora de 10% do mercado de cimentos do Canadá. Com esta aquisição, a Votorantim e a nova geração de empreendedores acenavam com uma nova mensagem: as apostas de crescimento do grupo agora estariam vinculadas a estratégias globais. Hoje, a Votorantim está presente em 20 países e possui um portfólio diversificado, com operações em setores estratégicos da economia – cimento, metais e mineração, siderurgia, energia, celulose, suco de laranja e financeiro. A companhia emprega mais de 40 mil pessoas no mundo.